Foi no dia 9 de maio, pelas 14.30h, que a turma P54, curso
profissional de Gestão de Equipamentos Informáticos, saiu para visitar o Museu
do Ouro de Travassos. Esta visita integra-se no estudo do módulo Q5 –
Equilíbrio de oxidação-redução, da disciplina de Física e Química e, ao mesmo
tempo, pretende dar a conhecer aos alunos um património riquíssimo que muitos
desconhecem, pois como diz o provérbio, “santos da casa, não fazem milagres”.
Acontece muito frequentemente nas nossas terras, as pessoas (e mais particularmente
os jovens) desconhecerem e até desvalorizarem património, objetos, produtos,
tradições, que os visitantes/turistas apreciam e elogiam. Este Museu, merece
visita, apoio e encómios.
Felizmente que existem homens como o senhor Francisco de
Carvalho e Sousa, que, ao longo de cinquenta anos, foi recolhendo objetos,
utensílios e mobiliário ligados ao trabalho do ouro, para lhes dar
visibilidade, divulgar e valorizar o trabalho de ourivesaria em Travassos,
localidade onde, segundo nos informou o guia, Sr. Clemente Fernandes, ainda se
encontram 12 oficinas artesanais em funcionamento.
Para quem ainda não sabe da sua existência ou ainda o não
visitou, fica o link https://www.museudoouro.com/ para uma breve passagem de
olhos, mas o mais aconselhável é mesmo visitá-lo! Os pormenores da criação
deste espaço, da paixão do Sr. Francisco por esta arte e dos esforços que fez
para reunir todo este espólio, da referência a datas e estudos dos historiadores,
arqueólogos e arquitetos, bem como a explicação de como se usavam os diferentes
artefactos expostos e até uma exemplificação magistral de uma solda do chamado
“coração com chama”. Destacadas foram igualmente as 3 janelas amplas da casa, a
matéria-prima para trabalhar o ouro, a sua origem, as percentagens das ligas
para se obter filigrana cor de ouro, por exemplo. Ficámos ainda a saber que o
“ouro Português” possui 19,2 quilates, e não é “puro” e que uma peça de
joalharia é constituída por uma liga de 80% de ouro com mistura de 20% de
outros materiais (normalmente prata e cobre).
A terminar a visita e perante um grande recipiente repleto
de carvão vegetal ou brasas, a questão colocada foi porquê e para quê?
Pois bem, a resposta foi: para absorver a humidade e os maus
odores, como o cheiro a mofo.
Rosa Sousa
Júlia Branco